A nova Cartilha do Participante – Redação do Enem 2025 traz mudanças e orientações importantes que merecem atenção de estudantes e professores. O documento atualiza algumas das orientações que já existiam, reforça a explicação de alguns critérios de avaliação e ainda explica o que se espera em cada uma das cinco competências da redação do Enem, assim como já era feito anteriormente.

O grande foco, no entanto, está na explicação do que é um repertório produtivo e como esse ano poderá ser desconsiderado o “repertório de bolso”, isto é, aquelas frases clichês e soltas que muitos “professores da internet” colocam como dica para melhorar sua nota. A importância do planejamento do texto, a diferença entre repertório de bolso e repertório realmente pertinente são os principais pontos que devem ter atenção os candidatos deste ano.

O que mudou esse ano?

  • Ênfase maior no planejamento do texto (projeto de texto) e na autoria;
  • Detalhamento mais claro dos níveis de pontuação em cada competência;
  • Reforço sobre o uso produtivo do repertório sociocultural (evitar “repertório de bolso”);
  • Destaque para coerência entre introdução e conclusão e fluidez da progressão textual;
  • Explicitação sobre o que é fuga, tangenciamento e tipo textual incorreto;
  • Orientações específicas sobre dislexia e TEA, com critérios diferenciados.

Repertório de bolso

“Repertório de bolso” é um conhecimento decorado e genérico usado de forma automática e superficial na redação, sem relação real com o tema. É aquele repertório “pronto” que o aluno leva “no bolso” para tentar encaixar em qualquer tema.

Por que é um problema

  • Mostra falta de autoria e pensamento crítico, podendo reduzir nota da Competência III;
  • Demonstra uso mecânico, sem contextualização nem ligação com o argumento;
  • Reduz a nota da Competência II, pois o repertório é avaliado como não produtivo.

Exemplo de repertório de bolso

“Como disse Thomas More em Utopia, a sociedade ideal é impossível.”

Usado de forma genérica em qualquer tema, sem explicação ou relação concreta com o assunto.

Exemplo de repertório produtivo

“Na obra Úrsula (1859), Maria Firmina dos Reis rompeu o padrão eurocêntrico ao representar personagens negros de forma humanizada, o que reforça a importância da valorização da herança africana no Brasil.”

Aqui o repertório está contextualizado, relacionado ao tema e fortalece a tese.

O que se pede em cada competência

Competência I – Domínio da norma culta

  • Uso correto da ortografia, acentuação, pontuação e sintaxe;
  • Escrita formal e adequada ao gênero dissertativo-argumentativo.

Competência II – Compreensão da proposta e uso de repertório

  • Desenvolver o tema exato, com um ponto de vista definido;
  • Utilizar repertório sociocultural pertinente e produtivo (sem cópias).

Competência III – Seleção e organização de argumentos

  • Construir um texto coerente e articulado, com defesa clara de ideias;
  • Evitar o repertório de bolso, pois ele pode não ser considerado produtivo;
  • Mostrar autoria e projeto de texto consistente (planejamento e coesão lógica).

Competência IV – Mecanismos linguísticos da argumentação

  • Garantir coesão entre frases e parágrafos;
  • Usar operadores argumentativos adequados (entretanto, portanto, além disso etc.).

Competência V – Proposta de intervenção

  • Apresentar ação concreta, agentes, modo, finalidade e detalhamento.
  • Respeitar os direitos humanos.

O que recomendamos fazer

  • Planejar o texto antes de escrever (projeto de texto);
  • Ler atentamente os textos motivadores e delimitar o tema;
  • Selecionar argumentos relevantes e organizá-los com lógica;
  • Usar conectivos adequados e evitar repetições ou saltos temáticos;
  • Relacionar repertório ao ponto de vista defendido;
  • Elaborar proposta de intervenção detalhada e viável;
  • Revisar a redação antes de passar a limpo.

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